Ginástica Rítmica Desportiva / Trampolim

GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA

HISTÓRIA
Exclusivamente feminina, a GInástica rítmica desportivaRD) pode ser classificada entre arte e esporte. É difícil definir as origens. Sabe-se que a modaliade já era praticada no século passado, mas diferente do que é hoje. Recebia o nome de ginástica de grupo e já utilizava elementos de coreografia. No decorrer do tempo, suas estruturas foram se desenvolvendo e refinando-se até ganharem a forma de um esporte de competição. Foi reconhecida oficialmente pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) em 1962. As ginastas do Leste Europeu têm sido as grandes dominadoras do esporte. Na GRD, as atletas combinam música com exercícios de equilíbrio e flexibilidade em cada um dos aparelhos: maças, bola, fita, corda e arco.

OS APARELHOS
Fita - Os seis metros de fita se dividem em duas partes: o estilete, de fibra de vidro, e o tecido, de cetim ou outro material similar não engomado. O comprimento máximo do estilete é de 60cm. A fita pode ser lançada em várias direções e deve ser um prolongamento do corpo. Sua função é criar diferentes figuras no espaço. Balanços, movimentos pendulares, círculos, serpentinas, espirais, lançá-la e apanhá-la são essenciais. É necessário evitar os chicotaços da fita e as mudanças de velocidade. São feitas de plástico, seu comprimento varia entre 40cm e 50cm e o peso mínimo é de 150 gramas cada. A ginasta usa as maças para executar, com as mãos, movimentos de rotação (o molinete) e lançamentos. Uma boa composição tem de equilibrar o trabalho das duas mãos. A variedade dos lançamentos, simétricos e assimétricos e a execução dos molinetes são valorizados pelos juízes.
Arco - O arco é de madeira ou de material sintético, com um diâmetro entre 80cm e 90cm, e não pode pesar menos de 300 gramas. Nesta prova são obrigatórios diferentes tipos de rotações (rolamento pelo corpo ou pelo solo). Além disso, a composição exige rotações do arco, saltos, passagens através ou por cima do aparelho, assim como lançamentos e recuperações. Pode ser manejado com a mão, o pulso, o cotovelo, os ombros, o pé, o joelho, o pescoço ou a cintura.
Bola - A bola, de borracha ou plástico, tem um peso mínimo de 400 gramas e seu diâmetro não pode ser inferior a 18cm nem superior a 20cm. A ginasta deve dominar a bola com a palma da mão. Uma boa composição deve contemplar diferentes lançamentos e rolamentos e muita precisão. A bola, que deve mover-se em perfeita harmonia com o corpo, tem de ter trajetória uniforme, sem interrupções e desvios.
Corda - A corda é feita de cânhamo ou qualquer material sintético. Seu comprimento é proporcional ao tamanho da ginasta. Não há empunhaduras em seus extremos, apenas nós. Os exercícios devem ser feitos em continuidade, de maneira que a corda esteja sempre em movimento, com trocas de direção e de velocidade. Usa-se uma ou ambas as mãos. A série deve incluir saltos e saltitos, saltos com dupla volta de corda e lançamentos.

CONTAGEM DE PONTOS
A ginasta parte de 20 pontos (10 pontos referentes à execução, cinco referentes ao valor artístico e cinco ao valor técnico) e recebe descontos por faltas. Penalizam-se a carência de variações nos exercícios ou sua insuficiente execução. O valor estético e o sentido de ritmo conta tanto na pontuação quanto a dificuldade do exercício. A nota da ginasta é dividida por dois para a obtenção do resultado final.

PERSONAGEM
A grande favorita ao ouro olímpico nos Jogos de Los Angeles, em 1984, a romena Doina Staiculescu, campeã mundial de 1983 e primeira do ranking, acabou prejudicada por circunstâncias no mínimo curiosas. As incontroláveis lufadas de vento provocadas pela sobrecarga dos equipamentos de ar-condicionado da arena do Pauley Pavilion influenciaram no resultado de várias competidoras, desviando a trajetória dos aparelhos lançados ao alto. Também comprometeu o resultado o curioso item do regulamento que exigia a perda de pontos quando apareciam por debaixo das malhas as alças dos sutiãs das atletas. No fim das contas, levou o ouro a canadense Lori Fung, apenas a 23ª doranking mundial. Doina teve de se contentar com a prata, por meros 50 milésimos.

Consultor: Michelle Guiramand, técnica de GRD da Sogipa

TRAMPOLIM ACROBÁTICO

A HISTÓRIA
O trampolim acrobático, modalidade da ginástica que estréia nos Jogos de Sydney, foi reconhecido pela Federação Internacional de Ginástica em 1998. As origens do esporte como entretenimento se perdem na antigüidade. Diversas formas de artefatos e superfícies elásticas foram usadas durante o transcorrer dos anos para o divertimento e muito tempo levou-se até chegar à prática do trampolinismo nos moldes atuais. O exército norte-mericano utilizava o trampolim durante a II Guerra Mundial com o objetivo de melhorar o ritmo, a coordenação dos movimentos e a tomada de consciência do corpo no espaço pelos pára-quedistas e aviadores. A modalidade se divide em três disciplinas: trampolim (única olímpica), tamblim e duplo minitrampolim.

NA OLIMPÍADA
O trampolim acrobático estréia no programa olímpico nos Jogos de Sydney, apenas no aparelho trampolim.

OS APARELHOS
Trampolim (único olímpico)
Tamblim (Tumblin) - Nesta modalidade, o ginasta utiliza uma pista de 25m para realizar as acrobacias mais complexas possíveis durante seis segundos. Os exercícios caracterizam-se pela sua perfeita combinação de velocidade e ritmo nas evoluçõesacrobáticas.
Duplo minitrampolim - O duplo minitrampolim tem a forma de duas pequenas camas elásticas acopladas, na qual o ginasta salta entre uma e outra desenvolvendo acrobacias. O trampolim é conhecido pelos brasileiros como cama elástica. Os atletas saltam a nove metros de altura, executando evoluções. O exercício requer um perfeito domínio do corpo no espaço. A medida oficial do trampolim é de 5m x 3m e está a 1m15cm do chão. A parte interna do aparelho, chamada de rede, mede 4m2m.

CONTAGEM DE PONTOS
A composição tem de equilibrar o trabalho das duas mãos. A variedade dos lançamentos, simétricos e assimétricos e a execução dos molinetes são valorizados elos juízes. Asmalhas as alças dos sutiãs das atletas. No fim das contas, levou o ouro a canadense Lori Fung, apenas a 23ª do ranking mundial. Doina teve de se contentar com a rata, por meros 50 milésimos. Ao total, nove árbitros estão presentes na prova de trampolim pela banca de arbitragem e o responsável pela execução e cada um deles dá uma nota de zero a 10 pontos Das cinco notas datas, são cortadas a nota mais baixa e são somadas A nota final é a soma da nota de execução com a da dificuldade, avaliado por outros dois árbitros.

COMPETIÇÃO OLÍMPICA
A disputa olímpica se dá em dois concursos: a competição individual geral e a competição de conjuntos. Na primeira, somam-se as notas obtidas em quatro provas, cada uma com duração entre um minuto e
15 segundos e um minuto e meio. Na competição de conjuntos, cinco atletas executam duas coreografias, uma com a maça e a outra com o arco e a fita (em Sydney). A prova de conjuntos dura entre dois minutos e 15 segundos e dois minutos e meio.

O BRASIL
O país teve duas participações em olimpíadas. Nos Jogos de Los Angeles, em 1984, Rosane Favila obteve a 24ª colocação entre 33 competidoras. Em Barcelona, em 1992, Marta Cristina Schonhorst ficou em 41º entre 43 atletas.

Colaboradores: João Oliva, diretor técnico de trampolim da Federação Riograndense de Ginástica, e Sérgio Bastos, professor de educação física